Hoje me dei conta de que o conceito de virtualidade povoa nossas vidas há muito tempo. Ontem assisti a um trailer do próximo filme do Michael Jackson. E lembrei o quanto ele inovou e emocionou sem tocar ou conversar diretamente com os milhões de pessoas que o admiram ou reconhecem seu talento. Como é possível desenvolver tamanha paixão e admiração por pessoas que têm apenas suas imagens expostas numa tela fria e colorida, acompanhada de sons que não têm nada de natural? Existem sublimes diferenças entre ouvir uma música ao lado de um violão, amplificada ou televisionada. Como também é bastante diferente o trato de uma celebridade com o público e as pessoas que a cercam na intimidade. Penso que a virtualidade da felicidade é a mais difundida nesse aspecto.
Telefonemas e correspondências também são bastante virtuais. Através de sons e letras transportamos muitas emoções – mesmo que virtualmente verdadeiras. Mas ainda há pessoas que, mesmo com toda tecnologia de comunicação disponível, ainda fazem o papel de mensageiras, transmitindo aqueles recadinhos de última hora.
O planeta Terra é imenso, a telecomunicação é necessária, mas um face to face é trilegal. É prazeroso conversar, ouvir e dar risadas, sem falar na quantidade de palavras utilizadas que nem a melhor digitadora do Guiness é capaz de registrar.
Outro dia ouvi um professor questionar se realmente emitimos nossas opiniões. Penso que, atualmente, temos imensa dificuldade em selecionar o que e com quem conversar. E esta escolha não é virtual, é tão concreta que uma análise risco-benefício antecede qualquer inocente bate papo. Por isso admiro crianças e adultos de juventude acumulada. Os primeiros são muito sinceros e assertivos, e todo mundo acha graça, por mais embaraçosas que sejam suas reações e observações. Os segundos costumam resgatar essa assertividade infantil, justificando suas atitudes pelo respeito adquirido com o tempo, ou porque não há mais nada a perder pelo tempo que lhes resta. Como estou no meio do caminho, estou em cima do muro, avaliando, escrevendo, pensando, concretizando, virtualizando...
...e eu estou com você nesse muro!
ResponderExcluirbeijos
Adorei esse texto!